Ai tempo, tempo, quem nos vê se esquece...
Se esquece que os cabelos brancos já foram coloridos...e trançados foram, e vaguearam ao sabor do vento.
Se esquece que os pés cansados, que hoje repousam, já correram livres na grama. Estes mesmos pés, que hoje calçam sapatos confortáveis, já se equilibraram em saltos altos e maltratados foram e sempre estavam em movimento.
Se esquece que os olhos, hoje, emoldurados por rugas, já tiveram como moldura longos cílios e maquiados foram e brilhavam a cada momento.
Ai tempo, tempo, quem nos vê se esquece da menina, da moça e da mulher que ainda brincam, correm, dançam e surgem a toda hora no pensamento.
Esquece que, dentro do velho, o novo vive guardado na memória.
(Natalia Guerreiro Ferreira)
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