Além da saúde física é necessário trabalhar a saúde mental. Para isso é interessante propor atividades lúdicas que estimulem o cognitivo, a concentração, o raciocínio, a memória e ainda favoreçam a convivência.
Uma ideia é resgatar memórias, histórias, através da observação de fotografias antigas. É essa a proposta do trabalho: Uma foto uma história.
Partilha de hoje: Fotos da juventude.
As senhoras Zilda Padovan, Maria Arlete Rohrer Pinotti e Leillian Regina Mascaro Malfati contribuiram com 3 fotos de sua juventude. Ao observá-las vimos a semelhança do momento: ambas foram retratadas durante um desfile de moda.
Estes desfiles,que aconteciam com freqüencia nas pequenas cidades, eram grandes eventos e agitavam os moradores. Aconteciam nos clubes locais ou nos cinemas, como é o caso de uma das fotos. Estes desfiles eram a oportunidade para os comerciantes locais divulgarem suas roupas e para as meninas serem admiradas.
A observação das fotos nos permitiu fazer uma viagem no tempo, na juventude destas mulheres. Este trabalho oportunizou a partilha de experiências e memórias, permitindo a reflexão e o diálogo. É uma atividade simples, lúdica, de fácil reprodução.
É um trabalho interessante que resgata o jovem que este idoso foi e nos lembra que cada ruga que ele trás, estampada no rosto, conta um pouco desta história.
Estas fotos fazem parte do acervo pessoal das senhoras e do acervo do meu projeto fotográfico autoral, sem fins lucrativos, que retrata a Terceira Idade enfatizando a beleza neste processo de envelhecimento.
TEMPO
Ai tempo, tempo, quem nos vê se esquece...
Esquece que os cabelos brancos já ostentaram muitas cores e trançados foram e vaguearam ao sabor do vento.
Esquece que os pés cansados, que hoje repousam, já correram livres na grama. Estes mesmos pés, que hoje calçam sapatos confortáveis, já se equilibraram em saltos altos e maltratados foram e sempre estavam em movimento.
Esquece que os olhos, hoje, emoldurados por rugas, já tiveram como moldura longos cílios e maquiados foram e brilhavam a cada momento.
Esquece que a menina, a moça e a mulher, ainda brincam, correm, e dançam, surgindo a toda hora no pensamento.
Ai tempo, tempo, quem nos vê se esquece, que, dentro do velho, o novo vive guardado na memória.
(Natalia Guerreiro Ferreira)
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